REVOLUÇÃO BOLCHEVIQUE
Russos comemoram aniversário da Revolução Bolchevique
Em meio às reportagens sobre os 20 anos da queda do Muro de Berlim, uma notícia passou despercebida pelos jornais brasileiros. Cerca de 8 mil pessoas assistiram às comemorações no 92º aniversário da Revolução Bolchevique de 1917, em Moscou, convocadas pelo Partido Comunista Russo no dia 7 de novembro, segundo informações do jornal La Jornada. As fotos ao final são registros do movimento revolucionário que serão resgatados na obra Revoluções, organizada por Michael Löwy e que será lançada no Brasil pela Boitempo neste mês.
Neste livro, o sociólogo brasileiro radicado na França reúne os principais registros fotográficos dos processos revolucionários do final do século XIX até a segunda metade do século XX. O livro convida o leitor ao percorrer a diversificada experiência das lutas populares por meio de imagens histórica, como os primeiros registros fotográficos da Comuna de Paris. Esse percurso é narrado por intelectuais como Gilbert Achcar, Rebecca Houzel, Enzo Traverso, Bernard Oudin, Pierre Rousset, Jeanette Habel e o próprio Löwy.
Nas palavras de Luiz Bernardo Pericás, que assina a orelha do livro, “as barricadas da Comuna de Paris, os camponeses e soldaderas em armas no México, os operários nos sovietes da Rússia, as revoluções abortadas na Alemanha e Hungria, os partisans anarquistas e socialistas na Guerra Civil espanhola, a Longa Marcha vermelha na China e os guerrilheiros barbudos da Sierra Maestra em Cuba são alguns dos momentos de luta e dos ‘heróis’ anônimos apresentados neste livro”.
O ensaio sobre a Revolução Russa é assinado por Rebecca Houzel e Enzo Traverso, que afirmam: “A Rússia soviética valorizou a imagem, colocando-a no centro de seu sistema de representações e transformando-a em um dos pilares da ordem socialista. Estatuária, iconografia e desenhos privilegiaram o símbolo e o mito. A mais de noventa anos de distância, a revolução de 1917 permanece carregada de uma aura considerável, mesmo que nas correntes dominantes da opinião pública seu valor tenha sofrido uma inversão radical: de prenúncio de uma onda libertária de alcance universal – comparável a 1789 –, Outubro passou a data de nascimento dos totalitarismos modernos. Voltar às imagens do ano crucial de 1917, da queda do regime dos czares em fevereiro à tomada do Palácio de Inverno oito meses depois, pode ter um efeito salutar. Examinar os fragmentos do tempo, analisar os instantâneos que se fazem da História ajuda a revisitar o evento, despojando-o da camada espessa de projeções retrospectivas, a princípio hagiográficas e logo demonizantes”.
Confira alguns registros:
Usando as palavras dos ensaístas sobre a Revolução, a aura de 1917 de fato instiga aqueles que ainda acreditam na onda libertária de alcance universal.
Uma boa oportunidade para encontrar, mais do que fragmentos imperdíveis da história vermelho pulsante, inspiração em tempos de conformismo preto e branco. Espero o lançamento!
CurtirCurtir
Quem conhece o passado não deixa o futuro ser um mero repeteco. Agora, ficar procurando ídolos e truculência no comunismo russo para construir o futuro de seu país, da vida de sua nação, é falta de personalidade. Usar símbolos de foice e martelo, é menosprezar a marcha do Homo Sapiens. Vamos dar as mãos e salvar o Planeta Terra: Ar puro, luz, águas critalinas.
CurtirCurtir